Sobre elas

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Ando sem vontade de escrever. Abro o editor, esboço palavras, desenvolvo algumas ideias, salvo e deixo quieto, como se pudesse maturar alguma coisa daqueles parágrafos iniciais. Tenho assim alguns inícios de textos, esperando um não sei o que, talvez aquele talento que nunca virá.

Dei conta de que cansei de escrever sobre coisas que trazem conforto (tem sim, lá nos primeiros textículos, acredite se quiser) ou que discordam de acontecimentos vigentes, principalmente daqueles que critico, talvez por isto, ou pela falta do tal talento, não me atrevi a escrever mais.

Hoje¹, no entanto, ao ver no noticiário mais uma vez, reportagem sobre a violência que as mulheres sofrem, senti que precisava complementar os textos que já escrevera antes sobre este universo tão gracioso e ao mesmo tempo tão vilipendiado. E aqui começa este textículo, que tinha inicialmente o título de “Nada”, por que nem sabia sobre o que iria escrever, agora passou a se chamar “Sobre elas”.

Mês passado, como de costume, comemorou-se o dia internacional da mulher. Apenas tuitei um link do Google, de uma homenagem bonita que a empresa fez para lembrar a data em sua passagem. Tempos atrás já havia escrito alguma coisa sobre o tema, um punhado de palavras, algo para que as mulheres pudessem sorrir por pelo menos alguns minutos; que lhes fizesse abstrair por instantes e de quebra dar-lhes ciência de que há homens que também se interessam e reconhecem o quanto são importantes em nossas vidas. Elas que merecem muito mais do que apenas palavras já que nos dão bem mais que seus sorrisos enternecedores. Caso a (o) amiga (o) não tenha lido e se por curiosidade ou falta do que fazer (brincadeirinha) desejar, basta clicar nos links a seguir: aqui, aqui e aqui.

Sobre o que escrevi, penso que era devido, mas ficou a sensação de que faltava um pouco mais e resolvi reparar este lapso.

Este texto é pouco diferente do que estou habituado a escrever, motivo pelo qual resolvi fazê-lo somente agora, dias depois da data comemorativa.

Mulheres ao longo da história sempre foram tratadas como minoria, como seres inferiores, incapazes; física e intelectualmente. Delas a sociedade machista lhes tirou muitas oportunidades e ainda tira. E isto foi tão bem urdido, tão bem tramado e é tão incutido na psique, que matriarcas ainda educam seus filhos para serem onipresentes no âmbito familiar e coíbem socialmente suas filhas ao prepara-las para servir, aquele que irá cercear a sua vida. Terrível contradição. Educam suas filhas para que mesmo na ausência daqueles a quem “devem” respeito – respeito este cultivado pelo medo e pela ignorância – temam por qualquer coisa que não esteja dentro das regras impostas por quem as regrará.

Desde sempre, de onde se tem registro até os dias atuais, as mulheres nunca deixaram de reivindicar por um lugar melhor na sociedade. Conquistaram tudo com muito trabalho, suor e sangue. Timidamente a princípio: do direito a opinar, passando pelo voto, pelo direito de trabalhar fora dos serviços domésticos, pela defesa de assédio em ambientes onde não lhes respeitam, pela desmesurada e absurda necessidade de ter que provar que são intelectualmente capazes de qualquer coisa, pela estupidez de conceitos imbecis que rotula vítimas de estupro como culpadas, da violência doméstica que ceifa suas vidas, mutila, dilacera sua essência, porque é assim que covardes as agridem, humilhando, física e psicologicamente como se fossem seus donos.

violencia contramulher

Posto isto vamos ao que interessa. A violência contra a mulher é inadmissível, cruel, desumana e deve ser extirpada da sociedade. Seria fácil se com apenas um canetaço isto fosse extinto, mas não é. Já existe a lei de número 11.340; conhecida como Lei Maria da Penha é um dispositivo legal brasileiro que visa a aumentar o rigor das punições das agressões contra as mulheres quando ocorridas no âmbito doméstico ou familiar, mas ainda está longe de ser solução.

A violência contra a mulher é vil, nociva e terrivelmente perigosa, mas geralmente é dissimulada não mostrando a sua verdadeira face. Vem enrustida no rosto daqueles a quem se ama e, quando menos se espera desperta, e o véu que lhe cobria subitamente cai, libertando o monstro que só se satisfaz com a dor que causa, podendo até extinguir uma vida. E se apresenta de várias formas e é executada de várias maneiras, sendo assim tudo o que se puder conceber em relação a isto deve ser condenado, punido com seriedade, respeito e rigor.

Com tanta violência perpetrada contra elas, é dever de todos aqueles que de alguma maneira se importam, denunciar, impedir, para que um dia isto possa ser definitivamente erradicado.

Nós como cidadãos, seres humanos que somos, temos a obrigação de alertar, coibir, proteger a integridade do semelhante e não apenas lembrarmos de que são mulheres quando nos convém, ou quando são merecedoras de homenagens uma vez ao ano, ou datas festivas pertinentes. Precisamos de campanhas, educar em escolas desde a mais tenra idade; repensar em atos e atitudes, para não somente tentar, mas efetivamente mudar a maneira como nós as tratamos, enquanto sociedade machista, imbecil, arbitraria e covarde.

Somos regidos pelas mesmas leis, direitos e obrigações, mas dispares ao tratamos a mulher de forma ostensiva, aproveitando de sua fragilidade, de seus preconceitos que as faz, inclusive, acreditarem que é normal ser subjugada a força, perpetrando assim toda espécie de violência, coibindo-lhes a liberdade e de querer ser.

Não é admissível o homem que espanca, como se fosse proprietário, como se pudesse e tivesse o poder de extirpar uma vida em nome da “honra”. Honra que não raro desaparece ao ser confrontado com alguém que pode fragiliza-lo. É o caso do covarde que agride, mas tem medo de apanhar; do estúpido que quer validar seu machismo enrustido num corpo mais frágil, baseado na sua educação distorcida e pobre de valores humanitários, oriunda de seus antepassados também covardes, violentos e imbecis. Trazem em sua bagagem a cultura do poder sobre o mais fraco, e que faz a força bruta sobrepujar o argumento, sem perceber o quanto são ignorantes.

Não podemos mais ser coniventes com isto. Não devemos mais tolerar o animal que se refestela sorrateiramente abusando de mulheres em transportes coletivos, forçando-as com suas taras primitivas a sofrerem caladas pelo medo e pela vergonha de serem expostas, e como se isto não bastasse ainda por cima são acusadas de vadias se ousarem pedir socorro, porque parte da sociedade acredita que mulher não pode se vestir de forma vulgar. Sociedade que sequer sabe soletrar vulgaridade e nem imagina o que isto significa.

Nunca fui ufanista, nunca serei, mas fiquei extremamente envergonhado em ser brasileiro e saber que sessenta e cinco² (65%) por cento de nossa população acredita que a mulher é responsável pela violência que sofre, já que a incita. Estes imbecis não lembram que em seu meio há mães, esposas, filhas, etc., que se não sofrem assédio incestuoso, sofrem com repugnantes iguais a eles. O que me deixou ainda mais pasmo, é que neste percentual há mulheres que pensam da mesma maneira, pois foram criadas para perpetuar esta cultura. Há que se tratar com rigor todo homem que abusa sexualmente de uma mulher, penas exemplares para que desestimulem qualquer um a praticar abuso sexual.

Há muito o se que mudar ainda, mas não devemos esperar por leis que são pouco efetivas, devemos demonstrar que não toleramos mais este tipo de criatura que violenta, denunciando. Educando nossos filhos para que eles mesmos não levem isto adiante. Aconselhando quem sofre de violência a denunciar e fazer entender que amar não é aceitar agressão como reciprocidade.

Enfim, mulheres merecem todo nosso carinho e respeito e sou da opinião que isto deveria ser lembrado todos os dias do ano, em cada momento importante de suas vidas, pois não há ser humano que possa ser mais altruísta, abnegada e incondicional que a mulher.

Respeitem-nas. Homem que ama não agride, não violenta, não mutila, não mata.

( ¹ ) Nota do autor (me): Hoje quando? Hoje, qualquer dia, não há dia sequer em que isto não ocorra!

( ² ) Nota do autor (me again): Houve uma correção neste índice, pouco mais que uma semana após sua publicação. Tenho cá minhas desconfianças, ainda assim é inadmissível que parte da população corrobore isto, mas é assunto para outra ocasião.

Há tantas, há muitas homenagens e não saberia eleger alguma que melhor as representasse. Enfim, AVA, enjoy!


EU NÃO VOU A COPA DE 2014, clicae.

Acabou-se o que era… era?

Se não aparecer, ah... cansei, F5 e não enche

Não gosto – já escrevi em algum textículo – de retrospectivas. São chatas, enfadonhas e no geral são deprimentes. É um apanhado de imagens e sons que inclui, também (ora veja só), as coisas boas, no entanto são as ruins que sobressaem. Produtores da mídia televisiva creem que os cerumanos gostam de desgraças e vira então um relembrar de catástrofes, guerras, aniquilações, infortúnios; toda “sorte” de malogros e, as coisas boas, que estranhamente são poucas, se perdem nos rostos tristes, na dor pungente e no desespero, para então em um final de pura redenção e esperança, haja – vindo de onde? – no sorriso de uma criança (trocadalho do carilho), um novo esplendor, um novo amanhã, um novo porvir… aquela mensagem branca, alva (digna de sabão em pó), para o novo ano que virá; o resplandecer da raça humana. E o mais incrível nisto tudo é que as pessoas se imbuem deste espírito de “ano que vem vai ser melhor, vai dar certo”. Infelizmente, para grande maioria, trinta dias são mais do que suficiente para se dê conta de que nada mudou, nem tampouco vai mudar.

Pergunto-me o porquê disto. Não precisamos que nos lembrem do que queremos esquecer, eu pelo menos quero. A vida já é bem complicada, tirando toda a desgraça que os céus nos contemplam, ainda há uma complexidade imensa que é viver.

A competitividade está cada vez mais acirrada, a vida está tão mais cara e banal. Morre-se por míseros trocados (hoje mesmo um motorista assassinou um passageiro por causa de sessenta e cinco centavos). A sobrevivência é meta diária de milhões de criaturas.

Somos bilhões exaurindo os recursos naturais deste planeta, estamos esgotando o que um dia era ofertado sem custo algum, num tempo em que não existíamos. Estava tudo aqui de graça para que sobrevivêssemos, mas os espertos tomaram posse, puseram preço e pagamos hoje aquilo que era nosso e todos viemos ao mundo em condições iguais, pelo mesmo direito que temos em existir, porque então esta merda toda? Não aceitar isto é anarquismo? Quem então acredita em resplandecer?

Falando dos espertos, esses passam ao longe das nossas vicissitudes, alguns inclusive administram aquilo que provimos. E mal.

Somos reféns de quem elegemos, e os sustentamos, não é irônico isto? Mas não quero falar de maus políticos e de nossas péssimas escolhas. Quero falar de despojamento. Não no sentido pejorativo, e sim no desapego, na simplicidade, no humanismo.

As desgraças nos tornam solidários, ok… nem todos, mas a grande maioria. Sabemos que alguns filhos da puta não perdem a oportunidade de se dar bem mesmo em meio a uma catástrofe, e não é sobrevivência, é índole ruim. São criaturas que causam asco, enojam a nosotros.

Interessante, precisarmos de desgraças para solidarizar, é meio que um gatilho que nos faz realmente humanos. Na verdade deveríamos ser assim tempo integral, mas o que se vê algumas vezes é inescrupuloso, indigno de seres humanos. Alguns puristas defendem que injustiça social nivela todo o maquiavelismo, discordo. No meio de tanta merda há pessoas que sobressaem, no meio de tanta injustiça há pessoas que conseguem não conspurcar a sua integridade… são de fato humanos, na construção e na manutenção do seu ser.

Ainda não convergimos para o bem comum. Ainda desdenhamos, ainda tiramos o lugar de alguém que precisa mais do que nós, ainda vociferamos quando nos sentimos logrados, e não deveria ser assim, as chances deveriam ser iguais, onde todos tivessem uma vida aprazível, digna, ser humana.

Queria terminar o ano com um olhar mais plácido no futuro, mas não consigo. Para mim é só mais um ano. O que faz a diferença realmente está naquilo em que acreditamos.. e perdi a fé no cerumano. Posso, no entanto melhorar o que sou, posso esperar que você que me lê também busque ser melhor, posso também aceitar que você não concorde com o que escrevi e siga fazendo de conta que o bem um dia triunfará e que a vida será justa e bela, para aqueles que ainda estiverem por aqui, afinal é fim de ano e milagres acontecem(?).

Seja como for, foi e é um prazer estar entre vocês. Desejo a todos aqueles que pacientemente aturaram minhas idiossincrasias o melhor que este semelhante pode desejar ao outro: sucesso.
Anywaywas and is a pleasure to be amongst you. I wish all those who patiently put up with my idiosyncrasies like this the best we can wish to the other: success.

Que a paz esteja entre vós e os seus, que a despeito de toda a minha incapacidade de lhes enviar uma mensagem otimista a vida seja plena e lhes dê oportunidades. É tudo o que precisamos. Feliz (acreditem, fiz um esforço danado) 2014.
Peace be among you and them, that in spite of all my inability to send them a positive message that life is full and give them opportunities. That’s all we need. Happy (believe me, I did a darn effort) 2014.

Beijo grande.
Big kiss

Espero que um dia Murphy me esqueça, se é que você me entende, AVA, enjoy!. Prestigie The Sixties.


EU NÃO VOU A COPA DE 2014, clicae.

The end

Se não aparecer a foto e se você quer ver o fim, F5 man.

Por motivos (finalmente um textículo para utilizar esta expressão) de força maior, onde força maior é igual à fonte queimada do PC (interessante como quase todos utilizam esta expressão e não nos explicam o que ocorreu), fiquei uns dias sem atormentar meus queridos leitores com minhas verborragias.

Infelizmente para aqueles que acreditaram que havia me aposentado, eis me aqui outra vez (não amigo leitor, para azar de alguns ainda não desisti). Assim sendo vamos ao que interessa.

Há premonições sobre o fim do mundo mês que vem. Os mais otimistas dizem que é o ano em que esta era terminará e outra, melhor, será iniciada. O cerumano de modo geral parece não ligar para isso, mas deve haver grupos reunidos em cerimônias pagãs contemplando o “The End”. Até vi dia destes, documentário de famílias se preparando para sobreviver se as coisas ficarem “feias”, onde não sei, porque se o mundo acabar, elas serão dizimadas instantes depois que todas demais já tiverem desaparecido, anyway.

O brazuca especificamente está focado na copa de 2014 e eu… bem, sou cético. Portanto não creio que o mundo acabe esse ano, por outro lado não posso garantir que estarei aqui no ano seguinte, exceto de que gostaria.

2012 pode não ser o ano que extirpará os sete pecados capitais, ou acabará com os dez mandamentos, mas será lembrado sem dúvida como o ano em que muitas vidas foram abreviadas. Ok, a rigor todos os anos muitos partem desta para… (ãh) melhor(?), mas neste ano, em especial, uma leva de famosos foi requisitada, talvez (se o mundo acabar mesmo) seremos recepcionados por ilustres personalidades.

Imagino a Hebe com aquele sorriso inconfundível como hostess, eu iria para o inferno lépido e faceiro. Gracinha – ela me diria antes que eu adentrasse o portal e pouco depois ardesse em chamas.

Mas chega de divagações. Este texto de certa forma tem a ver com o fim, não com o fim do mundo no sentido literal, mas com o desfecho das coisas que habitam nossos pequenos mundos privados.

Dias atrás encontrei com dois amigos; um que conheci no início da minha adolescência e outro na minha juventude (também adolescência). O primeiro já havia visto no início do ano em uma festa de aniversário de meu irmão. O segundo tinha uns trinta e sete anos que não nos víamos; quase uma vida. Foi deveras prazeroso, logo eu que não gosto muito de sair. Não falamos muito de lembranças que dividimos e sim de experiências que tivemos, eles mais do que eu, porque eu não falo.

Nesse meio tempo também andei procurando por uma “amiga” virtual. Éramos (nem sei se a condição certa é essa, mas como nunca mais soube dela… (Se bem que não posso me abalar, pessoas costumam abandonar-me, deve ser meu jeitim…)) amigos virtuais. Sou um admirador do seu trabalho e do blogue que ela fez, e ela, bem… não posso dizer o mesmo em relação ao meu, mas ela me visitou uma ou duas vezes (talvez menos).

Seu último post é de novembro de 2010. Ela viajava itinerante executando seu trabalho, em terras d’além-mar, e também fotografava os lugares onde passava mostrando sua visão das coisas (ficou curioso? Clica aqui). Procurei contato por e-mail, por MSN, direto no blogue e nada. Blogues não costumam encerrar assim, sem aviso prévio algum, a menos que seu criador tenha partido desta para.. melhor(?). Geralmente quando paramos de escrever (nós blogueiros), a “morte” é anunciada. Não foi o caso dela, por isto acredito que … que merda não sei dela.

Tenho outra amiga que a mais de dois anos trava uma batalha contra um câncer no cérebro. Têm altos e baixos e está sumida novamente. Cada vez que isto acontece eu torço que nada mais grave tenha ocorrido, nesses casos em que o contato não é presencial, só resta esperar por um sinal de vida, mas é frustrante não ter notícias, tenho tendências a potencializar as coisas.

Há pouco escrevi um texto sobre injustiças e nele citei um amigo muito estimado que perdi, por cometer suicídio, sobre as injustiças leia aqui de quebra ainda ficará sabendo um pouco a respeito dele.

Por fim, recentemente uma grande amiga da minha adolescência faleceu, andávamos afastados por conta das agruras da vida, o fato é que com a sua partida, acabei por encontrar outros amigos que tínhamos em comum, incluindo os dois que citei acima.

Familiares, amigos, famosos, gente que habitava nosso mundinho e que agora não estão mais nele; são e serão lembranças importantes em nossas vidas.

Enfim, alguém afinal descobriu porque existimos? Qual a nossa importância ao estarmos aqui no planeta? Quem de fato sentirá a nossa ausência quando partirmos, além dos credores? Estas são questões tão velhas quanto nossa capacidade de discernir, e continuam sem respostas.

Se riscássemos o ser humano do universo, a vida seguiria seu curso normal, não haveria necessidades, não haveria nada além da natureza. Somos, portanto, o nosso pior inimigo.

Diante do universo, da sua grandeza infinita, nosso tempo de vida é um suspiro, não nos permite a compreensão destas coisas. De fato, acredito que existimos para exaurir a terra, meio que criados para extinguir a espécie, um jogo em que não haverá ganhador entre nós competidores. Por certo aquele que apostar na raça humana irá perder, mas fará de tudo para protelar a nossa extinção. Ok, um devaneiozinho não faz mal a ninguém.

Não sei quanto a vocês, meu mundo é muito pequeno, e cada pessoa que se vai antes de mim deixa um vazio que não é preenchido, não porque eu não queira, mas porque não sou muito sociável, não sei lidar com quantidade, aliás, não gosto. Mas também não gosto de fins.

Nossa vida é feita de ciclos, e alguns deles se encerram. Acontece quando temos que mudar vida profissional, quando a relação desgasta, quando alguém de quem gostamos acaba por se afastar por motivos de força maior (não gente, duas vezes no mesmo texto, até parece que eu… ok, esquece), quando nossa vida tem que mudar de rumo, quando… quando alguém sai dela, independente da maneira de como interage: um autor, um ator, um músico, um blogueiro (olha eu aí genteee), alguém que de alguma forma deixava nossa vida menos sisuda.

Se alguns nos são importantes, também é crível que somos importantes para alguns. Sinto falta daqueles que partiram, deixaram em mim marcas que jamais irei esquecer.

Não sei de fato se o mundo irá acabar, duvido muito, não tenho respostas para o que somos. Já tive a pretensão de entender o porquê de nossa existência, mas caso alguém queira uma explicação empírica, procure no espiritismo, no catolicismo, talvez satisfaça a curiosidade.

De uma coisa tenho certeza, aquelas pessoas que fazem parte do meu mundo, aquelas que ainda farão, são e serão importantes na minha formação como pessoa, na visão (mesmo que estreita) que tenho deste mundo que habito, elas que tornam minha jornada menos penosa, mais agradável e de alguma forma procuro devolver-lhes o bem que me dão. Reconhecer sem esperar reconhecimento, a vida nem sempre é uma troca justa.

Se o mundo não acabar em 2012, agradeça a oportunidade e reconheça que a felicidade só é completa quando dividida, é impossível ser feliz sozinho (saudades Tom Jobim).

Saudade.



Felizmente as boas coisas permanecerão. Em dose dupla, AVA, enjoy!


Se você acredita em 2013, clicae.

La política como un perturbador

Se o autor não criar problemas, espere e aprecie a charge.

Exceto por alguns poucos municípios que terão segundo turno, a grande maioria já finalizou o processo eleitoral em meu país.

O título acima é um chamariz, na realidade a política tem a mesma definição em qualquer lugar civilizado PONTO?

Eis que aí começa o problema.

Impressiona saber que há diferentes entendimentos para o que ela significa, o consenso é deveras complicado (quer saber mais? Clica aqui), afinal consenso aqui, significa autoritarismo. Creio que tipificá-la é aquilo que trás mais controvérsia, porque pessoas pensam diferentes, consequentemente grupos são feitos com interesses distintos.

Na realidade, absolutamente todos sem exceção, deveriam trabalhar em busca de soluções para os problemas que afligem o ser humano. Mas estamos longe disto.

A política deveria ser um fato agregador, no meu parco entendimento, mas ela não aglutina; é heterogênea, controversa, ambígua, dúbia e outros que tais. Na verdade o problema não está na composição da palavra, mas sim no (des)entendimento do cerumano. A política, como se faz hoje e desde sempre, é determinada por interesses de um grupo majoritário. E que se foda o resto (ok, os engajados irão discordar, manda bala).

A cada eleição há alternância (ou não) de poder. Plataformas de governo contemplam diferentes necessidades, quando na verdade elas deveriam ser uma coisa só: trabalhar em prol da comunidade, suprir suas necessidades e carências, organizar, gerenciar, preservar e outras tantas observâncias tão prementes a manutenção da raça. Mas não é o que se vê.

Somos reféns de más escolhas, pois escolhemos muito mal nossos representantes. Fico pasmo quando alguém me diz que votará no fulano porque lhe é simpático. Este é o critério preponderante para um percentual significativo de eleitores em nosso país. Outros porque o candidato tem nome engraçado, é um famoso, é amigo do amigo, vizinho, parente, ou o popular sei lá (dando de ombros). É assim que escolhemos aqueles que serão a “nossa voz” e que “lutarão por nós”.

Ficaria tudo bem se no frigir dos ovos (e eu que pensei que nunca usaria essa expressão), tudo funcionasse como o esperado e a vida seguisse tranquila sem maiores sobressaltos. Pois bem, escolhemos mal para termos o que falar depois, só pode! Brasileiro adora isto.

Durante quatro longos anos vociferamos contra um sistema que não privilegia o cidadão, que não lhe dá provimentos para viver com dignidade, tudo porque simplesmente cagamos para política. Literalmente.

Esquecemos que somos nós que escolhemos quem nos representa, e que por intermédio desses ineficientes “políticos” é que não logramos êxito, em termos satisfeitas as nossas necessidades. Porque, maldições fazem isto?

É impossível conceber que uma pessoa despreparada, semianalfabeta postule um cargo como vereador, prefeito, deputado, PRESIDENTE da República. Gente que não sabe o que é um projeto-lei, que desconhece as funções do cargo que pleiteiam alguns até mal sabem assinar seus nomes.

Não se trata de ser antidemocrata, mas permitir que pessoas desqualificadas rejam nossas vidas é um retrocesso, ou na pior das hipóteses é concordar que o progresso será um avanço muito aquém do pretendido.

Mais uma vez pude constatar que quando um partido perde o poder, a primeira coisa que faz é brecar com a máquina administrativa. Demitem de imediatos cargos de confiança, enxugam os cofres e deixam para a próxima gestão problemas de toda monta. PORQUE DIABOS FAZEM ISTO? Será da nossa índole? Talvez isto explique porque quase ninguém goste de política.

Aprecie..... não carregou? F5 e pau na máquina.
A política enquanto feita apenas para privilegiar primeiro quem dela se utiliza, jamais será voltada para o bem comum. Via de regra, aqui (na república das bananas) quem gosta de política é porque a vê como profissão. Os vencimentos (salário), mesmo em municípios em que o valor é baixo, de fato é muito melhor do que o da iniciativa privada. Isto explica candidatos toscos, completamente fora da casinha¹.

Sou favorável a uma qualificação para esse nosso representante. Já que temos concurso para cargos públicos, porque não exigir conhecimentos específicos para aqueles que querem cuidar de nossos interesses? Se para balconista é necessário segundo grau completo, porque se aceita pessoas sem nenhum conhecimento técnico para candidatar-se a político? Isto tem que ser mudado, precisa acabar ou jamais teremos consenso. Precisamos de pessoas capazes de gerir os altos tributos que nos impõem. Política não é profissão, portanto não deveria ser remunerada, mas sei que ninguém se interessaria em fazê-la, ou melhor, 99,99%, isto se o numerário fosse retirado.

Se não tiver a charge aí, reclame, ou de um F5.

Por conta desta falta de discernimento, é nojento ver candidatos debaterem; estes ao invés de expor suas ideias e demonstrar sua real capacidade de transforma-las em realidade, partem para acusação, para denegrir, preferem desmerecer o oponente como forma de justificar a sua pretensão em alçar o cargo pleiteado. Ninguém é capaz de enaltecer o que foi feito em gestão anterior, porque acreditam que somos otários o suficiente para comprar o peixe podre que nos vendem, mas sabe o que é pior? Somos! E isto só acontece porque a legislação permite que pessoas assim se candidatem.

O dia em que todos pensarem no bem estar comum e não no individual, talvez então possamos nos tratar com seres humanos, por hora e talvez para todo sempre, isto será uma utopia.

Think about it!

( ¹ ) Nota do autor (me): Fora da casinha é uma expressão utilizada para denominar aquele cerumano que sai do seu estado normal, o popular viajar na maionese.

Já que a moda agora é Christian Grey, uma homenagem as ladies que só pensam naquilo.

Se você acredita em 2013, clicae.

Así que la venida del 2012

Ois…. Aqui novamente. Não gosto muito de escrever por obrigação, aliás, não gosto nada. Com inspiração é uma lástima, sem ela então…. arghs! Mas chegamos ao final de mais um ano, e tirando o que é ruim e o que não presta, estou aqui………… ainda. \o/

Isto posto achei necessário escrever algumas linhas (poucas, bem poucas para não lhe tomar vosso tempo), sendo assim vamos a elas.

Um ano de transição. Falar nisso o trânsito anda uma bosta (ok, transição e trânsito… eu sei, mas se não aproveito…. encaixar o trânsito entende? 1 + 1?).

Não farei uma retrospectiva, isto é lá com a globo. É bom salientar, no entanto, que houve coisas boas, outras tantas muito boas, e também as raras e excelentes (mas houve – CceaemesfpedpetescA)¹ e é a soma destas todas é que faz com que o que não é bom, o que incomoda, o que não presta, o que realmente não deveria existir, seja então suportável. Suportemos pois.

Meus seis ávidos leitores se desdobram; a cada novo post eles acessam o blog, de lan houses próximas onde moram, em diferentes computadores, para que pareça a algum navegador desavisado e aqui perdido, que o degas aqui, tem quem o leia além deles é claro (vos agradeço e me perdoem o excesso de honestidade).

Certamente ficarão aborrecidos comigo, mas preciso ser correto e apesar de ser grato, aos seis empedernidos escudeiros, quero lhes dizer que não nasci para ser mago (também estou curto de grana para pagar o acesso, desculpem, ando procurando por um patr…. ups. Acerto quando puder, ok?).

De tudo o que já vivi, das experiências todas que tive e que ainda espero ter, por mais estúpido que seja o ser humano (os ceresumanos também), confesso que vale a pena.

Ainda preciso reparar alguns erros antes de encerrar a minha jornada aqui, e espero que este tempo me seja concedido. Não tenho grandes ambições, espero não vacilar, não me corromper (pessoal do PP*&¨%, obrigado pelo convite, mas não dou pra político, aliás, não dou pra ninguém – fica o registro), não sacanear ninguém, a despeito de já ter sido.

Particularmente não gosto destas datas de final de ano, mas sou uma aberração. Não irei, no entanto, elencar o porquê não gosto disto ou acabaria estragando o natal de muita gente (ok, de todos meus seis leitores, cacoete de escritor – dos grandes).

Sendo assim, a eles e a algum eventual visitante deste singelo blogue, desejo que o ano que vem não seja apenas para definir a vida de mais um político inapto, que 2012 venha mesmo para demonstrar a nossa desconformidade com a corrupção que assola este país. Esta na hora de pararmos com o discurso vazio e mudarmos realmente o que precisa ser mudado.

Queria mais, muito mais, mas acho que se começarmos definindo quem administra o nosso dinheiro suado, já está de bom tamanho.

A todos vocês meus mais sinceros votos de um Feliz Natal e um Ano Novo, correto, o resto à gente ajeita.

P.s.: um Natal na voz do Sinatra é bem legal, e se tivesse neve ainda seria muito melhor. Abstraia e deleite-se².

( ¹ ) Nota do autor (me): segredo meu e da minha filha, sorry.

( ² ) Nota do autor (me again): se beber morra sentado no sofá da sala, não encha o carro com familiares para matá-los juntos com você. Abraço.